20 novembro 2014

PARA REFLETIR


O   QUE FAZER COM ALUNOS QUE PARECEM NÃO APRENDER?

Depois que fizer as sondagens de escrita para avaliar as aprendizagens, dedique maior atenção àqueles alunos cujos resultados não correspondem às expectativas de aprendizagem, ou seja, que ainda não escrevem segundo a hipótese silábica com valor sonoro. Se mostrarem avanços, mas estes ainda forem pequenos, o que fazer?

Vários aspectos merecem ser considerados, mas um deles é fundamental: essas crianças precisam do seu acompanhamento diferenciado e próximo.
Mesmo que contem com a ajuda dos colegas nas propostas em duplas, é indispensável a intervenção direta e constante do professor. Seu apoio será importante, em certos momentos, para incentivá-las a continuar manifestando suas idéias. A relação que você estabelece com a criança e com o que ela produz é fundamental para que se sinta capaz de aprender. Em outros momentos, porém, cabem intervenções mais explícitas para que fiquem atentas às características do sistema de escrita; é o caso, por exemplo, de quando você pede para ajudarem a escrever certas palavras, faz perguntas sobre as letras iniciais ou finais etc.
Apresentamos a seguir algumas orientações gerais, que serão úteis no encaminhamento de qualquer atividade, com o intuito de criar condições para atender o maior número possível de alunos com dificuldades.
1. De posse das sondagens realizadas e da comparação dos resultados, identifique os alunos que necessitam de mais ajuda. Esse procedimento é essencial. É verdade que no dia-a-dia você obtém muitas informações acerca do que cada aluno já sabe. Mas as sondagens servem justamente para fortalecer essas impressões e, ao mesmo tempo, garantir que nada escape ao seu olhar. Sempre há alunos que não chamam tanto a atenção e não costumam pedir ajuda (são tímidos ou preferem não se manifestar), mas mostram ao longo do ano avanços menos significativos do que seria esperado, indicando que necessitam de um acompanhamento próximo – e isso não seria percebido sem a realização de sondagens periódicas.
 2. Organize as duplas de modo que os dois parceiros estejam em momentos razoavelmente próximos em relação às hipóteses de escrita. Mais uma utilidade das sondagens: permitir que você agrupe os alunos de acordo com critérios mais objetivos. É sempre importante lembrar que a função das duplas não é garantir que todos façam as atividades corretamente, mas favorecer a
 mobilização dos conhecimentos de cada um, para que possam avançar. Lembre-se também de que uma boa dupla (a chamada dupla produtiva) é aquela em que os integrantes fazem uma troca constante de informações; um ajuda de fato o outro, e ambos aprendem. Preste muita atenção às interações que ocorrem nas duplas e promova trocas de acordo com o trabalho a ser desenvolvido.
 3. Organize a classe de modo a deixar os alunos que mais necessitam de ajuda mais próximos de você, de preferência nas fileiras da frente. A tarefa do professor é altamente complexa. Inúmeras variáveis intervêm para que o objetivo de favorecer a aprendizagem de todos seja alcançado. Às vezes, detalhes permitem gerenciar melhor a ajuda que você pode oferecer. Um deles é o modo de organizar o espaço da classe. Se os alunos que demandam mais apoio e se dispersam com facilidade estiverem mais próximos a você, será mais fácil observar, orientar e intervir no trabalho que realizam.
 4. Explique a todos o que deve ser feito em cada atividade, mesmo naquelas complementares, propostas apenas para os alunos que já escrevem convencionalmente. Este é mais um cuidado para potencializar a ajuda valiosa que você pode oferecer aos alunos que têm dificuldade. Se todos os alunos já sabem o que precisam fazer, seu apoio será mais produtivo para os que necessitam dele. Não se esqueça de explicar também a atividade complementar, a ser feita apenas por aqueles que trabalham num ritmo mais rápido, por lidarem melhor com os conteúdos propostos.
5. Após ter dado orientação para todos os alunos, caminhe entre eles e observe seus trabalhos, especialmente os daqueles que têm mais dificuldades. É importante circular entre os alunos enquanto eles trabalham por diversos motivos: avaliar se compreenderam a proposta, observar como estão interagindo, garantir que as informações circulem e que todos expressem o que sabem. Quando necessário, procure questionar e interferir, evitando criar a idéia de que qualquer resposta é válida. Observe também se o grau de dificuldade envolvido na proposta não está muito além do que podem alguns alunos, se não está excessivamente difícil para eles. Cada atividade propõe desafios destinados a favorecer a reflexão dos alunos. Muitas vezes você deverá fazer ajustes: questionar alguns para que reflitam um pouco mais, oferecer pistas para ajudar os inseguros. Você encontra sugestões para isso na orientação de cada atividade sugerida.
 6. Se tiver muitos alunos que dependem de sua ajuda, acompanhe algumas duplas num dia e outras no dia seguinte. Lembre-se de que é necessário planejar diariamente atividades dedicadas à reflexão sobre o sistema de escrita (de escrita ou de leitura pelo aluno). O desafio proposto para nós, professores, é muito grande, e sabemos que gerenciá-lo é uma arte. Não podemos ajudar todos, o tempo todo. Por isso, você precisa se organizar para melhorar as intervenções do ponto de vista qualitativo. Uma forma de garantir esse acompanhamento é sempre dar atenção particular a alguns alunos a cada dia. Além disso, a organização do trabalho em duplas permite que, mesmo nos momentos em que não contam com sua ajuda, possam trocar informações e se confrontar com idéias diferentes.
 *Fonte: Guia para o planejamento do professor alfabetizado – VOL 3 (SMESP)
  Assessoria Pedagógica / Maio 2010

Deixe claras as regras e os limites

Seus filhos só seguirão as regras se entenderem o motivo delas. Do mesmo modo, só respeitarão os limites que conhecerem. Caso contrário, farão tudo a seu modo.
Por meio de regras claras e bem estabelecidas em sua casa, seu filho saberá exatamente qual é a forma correta de falar, de pensar, de raciocinar e de agir em cada caso. Isso dará a ele segurança e tranquilidade. Ter limites bem definidos fará com que seu filho saiba até que ponto pode ir, e isso lhe dará responsabilidade e caráter.
Por isso, você, como pai, tem a responsabilidade e o dever de traçar as regras e os limites de sua casa no intuito de que seus filhos vivam melhor e cresçam de modo mais saudável.
Assim, é preciso entender: há uma grande diferença entre criança “ativa” e criança “mal – educada”. Crianças precisam ter vivacidade, devem brincar, perguntar e até mesmo fazer bagunça. O problema surge quando essas atitudes passam dos limites, quando seu filho não respeita aquilo que você considera o mais correto para ele.
Os pais têm o dever de educar os filhos. Isso significa, inicialmente, impor as regras essenciais ao seu bom convívio em casa e, em seguida, na sociedade como um todo. Estabelecer horários e agir de modo que deixe claro para as crianças a existência de autoridade e de limites dentro de casa ajuda a desenvolver elementos fundamentais na formação do caráter de seus filhos.
O problema mais comum é que, atualmente, os pais não sabem assumir essa autoridade. Isso, de fato, me dá um aperto no coração. As crianças não têm mais limites e toda criança sem limites se torna rebelde e cheia de caprichos, achando que o mundo “sempre lhe deve algo”. Esse tipo de comportamento tem grande chance de transformá-la em um adulto autoritário, dominador, frustrado e infeliz.
Cada caso é um caso, porém procuro sempre pregar a disciplina. A criança precisa receber regras claras e objetivas, que premiam a boa conduta e disciplinam a má, sem gritos nem agressões; apenas fazendo com que as regras sejam respeitadas.
Existe uma diferença entre castigo e disciplina. Castigo é punição, agressão, enquanto disciplina é ensino.
Educar é transmitir vida.
Fazer ameaças às crianças também não resolve, pois nem sempre os pais as cumprem, o que acaba ocasionando perda de autoridade. É necessário, acima de tudo, expor claramente as regras do jogo para seus filhos e usar autoridade para fazer com que elas sejam cumpridas.
Mas, atenção: como eu já disse assumir a autoridade não tem nada a ver com gritos ou uso de violência. Não é esse o caminho para educar. É preciso ser firme no momento de mostrar os limites às crianças, mas também ser amoroso na hora certa para que elas saibam que as regras lhe estão sendo impostas porque você as ama. Toda criança pode entender qualquer explicação se você se abaixar ao nível dela e falar olhando em seus olhinhos.
Ensinar disciplina é essencial. As crianças devem saber que as regras precisam ser cumpridas e o motivo dessa necessidade.
 Dica: Crie horários para as brincadeiras, os passeios e as tarefas da escola, por exemplo. Faça um desenho numa cartolina e explique ao seu filho como será a rotina da casa. Quando ele quiser algo fora do horário, mostre lhe o cartaz e recorde o combinado. Assim você o estará ensinando a ter disciplina e, principalmente, que os limites existem e devem ser respeitados. A mudança de comportamento será percebida em pouquíssimo tempo!

(Cris Poli – Filhos autônomos, filhos felizes)

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